Amamentação

 Por que amamentar?

• 1,5 milhões de crianças morrem todos os anos por não serem amamentadas;
• Em áreas onde a água não é tratada, o risco de morte por diarréia é 25 vezes maior em
lactentes em uso de mamadeiras que nos amamentados;
• Mesmo em países desenvolvidos, o aleitamento materno salva vidas e reduz a incidência de alergias, de internações infantis por doenças infecciosas, e de doenças no adulto (diabetes, obesidade e doença cardiovascular).

Quanto tempo a mãe deve amamentar o bebê?

• Aleitamento materno exclusivo até 6 meses.
• Aleitamento materno complementado até 2 anos ou mais.

Quais os benefícios da amamentação para o bebê, 
para a mãe e para a família?

• Benefício econômico: diminui custos no sistema de saúde, redução nos gastos com
medicamentos, menor número de faltas dos pais ao trabalho, economia na aquisição de
substitutos do leite materno.
• Redução da mortalidade infantil.
• Proteção contra doenças:
               • diarréia
               • pneumonias e otites
               • infecção urinária
               • meningite por Haemophilus influenzae
               • alergias
               • doença de Crohn
               • linfoma
               • síndrome da morte súbita,
               • cáries e mal-oclusão dentária.
• Prevenção na infância de doenças do adulto.
 • Benefícios para a mãe:
               • redução do sangramento no pós-parto, com menores taxas de anemia
               • retorno ao peso normal mais rapidamente
               • menor risco de osteoporose,
               • menor risco e mortalidade por artrite reumatóide,
               • queda do risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doença cardiovascular
               • proteção contra câncer de mama e câncer de ovário,
               • efeito contraceptivo,
               • praticidade.
 • Benefícios psicológicos: melhor condição para o desenvolvimento do vínculo mãe-filho, diminuição da ocorrência de abuso, negligência e abandono na infância e melhor prognóstico cognitivo nas crianças amamentadas.

Quais as principais situações em que a mãe não pode amamentar?
• Mãe HIV positivo;
• Mãe infectada pelo HTLV 1 e 2;
• Mãe com lesão herpética ativa na mama ou mamilo;
• Mãe em uso de medicamento ou droga; incompatível com o AM;
• RN com galactosemia, doença da urina em xarope de bordo e fenilcetonúria (neste último caso, pode receber algum leite humano, mas necessita fórmula especial)
• Mãe com doença grave (Ex: sepse), sem condições de amamentar temporariamente, a critério médico.

Quais as diferenças entre o leite materno e o leite adaptado, 
ou seja, leite em pó?
• A composição do leite de peito apresenta a proporção exata de nutrientes para o bom desenvolvimento do cérebro humano, e difere do leite de outros mamíferos. O leite materno tem gordura específica para o desenvolvimento do cérebro e retina. A digestão da proteína do leite humano resulta na formação de coalho gástrico mais suave, reduzindo o tempo de esvaziamento do estômago e facilitando a digestão.
• O leite de vaca (“in natura”, integral, em pó ou fluído) tem mais proteínas e minerais que o leite humano, e baixos teores de carboidratos e ácido linoleico, portanto não é adequado para  a alimentação de crianças com idade inferior a uma ano.
• O leite em pó próprio para o bebê é a fórmula infantil, que é um composto a base de proteína isolada do leite de vaca ou soja. Em geral, é o leite de vaca modificado com nutrientes acrescentados em quantidade e proporção adequadas para ser consumido por lactentes.

Qual a alternativa para recém-nascidos de baixo peso e prematuros, bem para as nutrizes que vivenciam dificuldades à amamentação?

• Na Maternidade Darcy Vargas, existe o Banco de Leite Humano, que é a referência estadual.
• Aqui, os profissionais de saúde são responsáveis pela orientação de como a mãe pode manter a lactação, mesmo se estiver separada do seu filho, e de como prevenir intercorrências mamárias e tratá-las precocemente, para evitar o desmame. O primeiro atendimento é realizado pelas técnicas de enfermagem, que resolvem a maioria das questões relacionadas a posicionamento, pega correta, dificuldades às mamadas, etc...Elas podem necessitar da ajuda da enfermeira, e eventualmente encaminhar a paciente para
consulta médica, seja na emergência obstétrica da própria maternidade ou no próprio Banco de Leite Humano, de acordo com a agenda ambulatorial. Também são desenvolvidas importantes atividades relacionadas a tecnologia de alimentos com a coleta, processamento, controle de qualidade e distribuição do leite humano doado, de acordo com a orientação da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano e de uma legislação sanitária específica (RDC/Anvisa n.º 171/2006). Isso garante a distribuição de um produto seguro para os recém-nascidos de baixo peso e prematuros.

Autora: Dra. Maria Beatriz Reinert do Nascimento
Responsável Técnica pelo BLH da MDV

Fontes:

Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Banco de leite humano: funcionamento, prevenção e controle de riscos. Brasília: Anvisa, 2008. 159 p.
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada Nº. RDC Nº. de 171. 2006 4 set.
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamento de Nutrologia. Manual de orientação: alimentação do lactente, alimentação do pré-escolar, alimentação do escolar,
alimentação do adolescente, alimentação na escola [manual]. 2ed. São Paulo:
Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento de Nutrologia; 2008.
Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica n.º 23. Saúde da Criança: Nutrição Infantil, Aleitamento materno e Alimentação Complementar. Brasília: 2009.